O cumpadi Tonho

( De Jacubina)

Ocê sabi cumpadi ficá di forga em casa num é muito bão não!?

Por causo que o que nois quer é  ficar ártoa, e as muier num dá sussegu pra nois.

Elas pruveita de nois;  ai é um tar de cunsertar as coisa cumpadi que Deus o livi...

Uma ora é o ceicado, adispois a charminé do furgão, adispois o chiquero dos poico,

Elas num da sussego pra nois, é sempre o merma coisa, já qui oce tai!?

Maisi  essa sumana eu dispistei da Froripi minha dona e fui acolá pra banda da casa do cumpadi Tonho, pra modi nois prosiar uma beradinha.

É que o cumpadi Tonho tá muito suzin,  adispois que a muier largo mão dele ele so vevi pensando em bubiça.

I eu fui achegano pru lá, e a porta da casa do cumpadi tava mei aberta.

Intão eu ispiei acolá pru dento e num vi o cumpadi, mais pru causo da nossa mizadi, cabei que  fui entrano pra dentro da casa e preguntano tomem; ô cumpadi, o sinho tá pur cá?

Tava tudo queto; pareceno o sirlênço da boca da noite,  fui entrano e priguntano e fui chegano no curridor da casa, que era um curridor cumprido que só... 

E eu cuntinuei  entrano e priguntano e nem sinar du cumpadi Tonho.

Fquei um poco pensartivo assuntano cá cumigo, adonde que tava o cumpadi Tonho!

E fui entrano, Inté que acherguei a porta do banhero e orví um baruio de argua do chuvero.

Eu tava muito discunfiado daquilo, maisi tomem curioso dimais da conta, di saber o que qui tava acontercendo com o cumpadi.

A porta do banhero tava mei aberta e eu arresorvi da uma ispiadinha pra modi discubri se o cumpadi tava mermo acolá, ou se num tinha acunticido argo  pior cum ele...

Mais o trem num partiu no prumo certo não cumpadi oia po ce vê?!  

Adespois que eu coloquei os oio pra dentro do banhero eu vi acolá o cumpadi todo insarbuado com as coisas dele na mão, fazeno aquela coisa que os homi  faiz quando é sortero.

Na merma da ora eu vortei pra trais, que nem tiro de garrucha cumpadi e curri lá pra banda da porta da rua, esperano o cumpadi tirmina o selvirço.

Fiquei pru cá, pensartirvo, com aquelas coisa do cumpadi, qui devi di tá mermo pricisano di otra muier...

Intonci num demorô quasi qui nada o cumpadi achergô pra banda da porta da rua, e oio pra donde que tava  eu, e foi logo dizeno cumigo.

Uai cumpadi o sinhô num morri mais!

Acabei de pensá nu sinhô gorinha mes!?

Aquilo foi me dano uma reiva  qui eu rispondi

Uai cumpadi!! pensano Neu?!

Fala isso não cumpadi!?  Oia! entonce acabo a prosa .

E vortei de vorta pra casa matutando cum aquela prosa do cumpadi

Pensano neu, pensano neu... esse cumpadi...

E  fui logo priguntano pra minha dona

Muier tem mais arguma coisa ai preu fazê?